segunda-feira, 28 de julho de 2014

O Macaco e a Velha



























O MACACO E A VELHA

Uma velha muito velha
Chamada Firinfinfelha
Tinha um lindo bananal
No fundo do seu quintal

Mas a coitada da velha
Poucas bananas comia
Pois o macaco SimãoRoubava todas que havia

- Macaco Simão, macaco ladrão! (bis)

Um dia a Firinfinfelha
Cansada de ser roubada
Teve uma idéia de noite
E acordou de madrugada

Comprou na loja da esquina
Vários quilos de alcatrão
Com eles fez um boneco
Pretinho como um quição

- Boneco valente! Parece ser gente! (bis)

Pôs um grande tabuleiro
Na cabeça do negrinho
Cheio de lindas bananas
Escolhidas com carinho

Levou depois o bonecoPara o fundo do quintalE lá o deixou repintadoNo meio do bananal

- Macaco Simão, vai ver a lição! (bis)


E mal a Firinfinfelha
Voltou para o seu trabalho
Lá veio o mestre Macaco
Pulando de galho em galho

Quando avistou o boneco
Fez uma cara zangada
E dedilhando a viola
Cantou esta batucada

- Que muleque sem vergonha
Que muleque mais ladrão
Roubando minhas bananas
Sem me dar satisfação
Bililim bililim
Bololom bololom
Ninguém deve roubar
O macaco Simão (bis)

Mal terminou a cantiga
Coçou-se no reco-reco
Pôs a viola no saco
Foi enfrentar o boneco

E agora, meus amiguinhos
Prestem bastante atenção
À conversa do macaco
Com o boneco de alcatrão

- Ô moleque atrevido
Ô moleque ladrão
Me dá minha banana
Ou lá vai bofetão

- Banana é dá velha! Boneco dá não!! (bis)

- Então (puf!) (cócócó)

- Tá vendo macaco
Peguei sua mão
Ficou bem grudada
No meu alcatrão (bis)

- Ô moleque atrevido
Ô negrinho guiné
Me solta esta mão
Ou lá vai pontapé

- Não solto ela não que a velha não quer! (bis)

- Então (puf!) (cococó)

- Tá vendo macaco
Macaco lelé
No meu alcatrão
Grudei o seu pé (bis)

- Ô moleque negrinho
Da velha malvada
Me soltas o pé
Ou lá vai cabeçada

- Não solto, que a velha tá muito zangada! (bis)

- Então (puf!)

- Tá vendo macaco
Macaco danado
Agora ficou
Todinho grudado (bis)

De fato o pobre macaco
Pobre macaco Simão
Acabou todo grudado
No boneco de alcatrão

Entao, a Firinfinfelha
Saindo do seu barraco
Pegou num grande chicote
Deu de surrar o macaco

- Apanha macaco
Macaco Simão
Apanha macaco
Macaco ladrão!

E só parou de surrar
Quando o macaco Simão
Dando três pulos pro lado
Desgrudou-se do alcatrão

E lá ficou desmaiado
Estatelado no chão
Enquanto a velha cantando
Voltou para o barracão

- Aprende macaco
Lição acertada
Ladrão de banana
Apanha pancada

Quando o macaco acordou
Pensou surrar o negrinho
Mas teve medo da velha
E lá se foi de mansinho

Com o corpo todo doído
Chorando como criança
Porém na sua cabeça
Planejava uma vingança

- Tou todo doído
Tou todo quebrado
Mas Firinfinfelha
Me paga dobrado (bis) (chuif!)

Falou com outros macacos
E muito bicho do mato
Pra ver se algum lhe ensinava
Uma vingança de fato

Achou porém muito fracas
Nenhuma delas servia
Até que certa manhã
Ouviu uma cantoria

- Nós somos os caçadores
Os reis de toda floresta
Matamos hoje um leão
Por isso estamos em festa

Leão temido e valente
Leão malvado e feroz
Com sua pele faremos
Tapete pra todos nós

De fato a pele do bicho
Ao sol estava secando
E quando a viu, o macaco
Desceu do galho pulando

Pois nela estava a vingança
Vingança do arco-da-velha
Para acabar de uma vez
Com a velha Firinfinfelha

- Agora que a velha
Vai ver o que eu digo
Macaco zangado
É mesmo um perigo (bis)

Olhou de um lado e de outro
Olhou, olhou, ninguém viu
Pulou então no terreiro
Pegou a pele e fugiu

Entrou depois dentro dela
Que monstro! Que sensação!
Porque ficou com dois rabos
Um dele, outro do leão

- A velha vai ver
Que eu tenho razão
Macaco zangado
Pior que leão (bis)

De sua grande vingança
Chegara o dia afinal
Pulou o muro da velha
E se escondeu no quintal

E quando a velha chegou
No meio do bananal
Soltou um urro terrível (Uhgraurrr!)
E deu o bote fatal

- Socorro vizinhos, senão não escapo!

- Sossegue velhinha! Você está no papo!

- Socorro vizinhos, senão não escapo!

- Sossegue velhinha! Você está no papo!

A velha Firinfinfelha
Levou um susto tremendo
Botou a boca no mundo
E quis livrar-se correndo

Tentou fugir para casa
Porém naquele alvoroço
Não viu direito o caminho
E caiu no fundo de um poço

- Socorro vizinho
Socorro seu moço
Senão eu me afogo
No fundo do poço! (bis)

Mas, vendo aquilo, o macaco
De medo ficou sem fala
Queria assustar a velha
Mas não queria matá-la

Saiu de dentro da pele
Foi procurar um cipó
Enquanto a velha gritava
Gritava que dava dó

- Socorro! Me acode! Me tira daqui!

- Aguenta velhinha! Que eu já vou aí!

- Socorro! Me acode! Me tira daqui!

- Aguenta velhinha! Que eu já vou aí!

Não encontrou o cipó
Mas encontrou solução
Quando avistou junto ao poço
Lindo pé de jamelão

Subiu por ele depressa
Pegou no galho mais grosso
Espichou bem o rabo
Até o fundo do poço

- Macaco, me acode, senão eu me acabo!

- Então minha velha, pendura no rabo!

- Macaco, me acode, senão eu me acabo!

- Então minha velha, pendura no rabo!

Quando os vizinhos chegaram
no meio do bananal
Viram todos com surpresa
Uma cena original

Num galho, o mestre macaco
Fazendo força danada
Trazendo a Firinfinfelha
No rabo dependurada

- Que cena acanhada
Que cena engraçada
Um macaco com a velha
No rabo grudada (bis)

Porém, depois desse dia
As coisas muito mudaram
Simão e a Firinfinfelha
Até amigos ficaram...


fonte:http://grandestextos.blogspot.com.br/2009/10/o-macaco-e-velha.html

domingo, 20 de julho de 2014

Volta às Aulas


Volta às Aulas

Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo 
Um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade 
Que bom, 
Poder tá contigo de novo,
Roçando o teu corpo e beijando você,
Prá mim tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam,
A paz que eu gosto de ter.
É duro, ficar sem você
Vez em quando 
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que eu vou mergulhar
Na felicidade sem fim...


(Elba Ramalho)

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Relação de Livros publicados pelo Professor Lauro de Oliveira Lima

Livros de Lauro de Oliveira Lima


ObraEditora
Formação do Professor PrimárioEditora do Professor
Impasse na EducaçãoVozes
Escola Secundária PopularImprensa Oficial do Ceará
Educar para a ComunidadeVozes
Estórias da Educação no Brasil: de Pombal a PassarinhoEd. Brasília
Pedagogia, Reprodução e TransformaçãoBrasiliense
Conflitos no Lar e na EscolaVozes
A Escola Secundária ModernaForense Universitária
Escola no FuturoVozes
Treinamento em Dinâmica de GrupoVozes
Mutações em Educação segundo McLuhanVozes
Enfant Sauvage de Illich numa sociedade sem EscolaVozes
Mutaciones en Educacion según McLuhanHumanitas
Educación por la InteligenciaHumanitas
Tecnologia Educação e DemocraciaCivilização Brasileira
A juventude como motor da HistóriaPaidéia
Os mecanismos da LiberdadePólis
Piaget para PrincipiantesSummus Editorial
Crise no ensino: BrasíliaHorizonte Editora Ltda
Revista: Educação pela InteligênciaPaidéia
Uma Escola PiagetianaPaidéia
Introdução a PedagogiaBrasiliense
Temas PiagetianosAo Livro Técnico Editora
A construção homem segundo PiagetSummus Editorial
Na Ribeira do Rio das OnçasAssis Almeida
Para que servem as EscolasVozes
Piaget: Sugestão aos EducadoresVozes
Por Que PiagetVozes
Dinâmica de Grupo 







fonte:http://beta-escoladepais.blogspot.com.br/p/relacao-de-livros-publicados-pelo.html

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O MÉTODO PSICOGENÉTICO - Lauro de Oliveira Lima

 Uma das características principais da obra de Lauro de Oliveira Lima é uma análise crítica à educação brasileira, ao mesmo tempo em que propõe soluções. Neste contexto, é importante entender como ele define o ato de criticar. Para ele não existe crítica construtiva, já que toda crítica, por si só, é destrutiva, pois se dispõe a destruir o estabelecido. A construção advinda da tentativa de destruição crítica dependerá da maturidade de quem a recebe. Este sim, construirá. A crítica, portanto, para que seja eficaz, depende da maturidade de ambas as partes: de quem critica (limitando-se a análise do fato, sem se deixar levar pelas emoções) e de quem é criticado (ponderando sobre o que ouviu). Esta é sua postura crítica diante da educação. Suas críticas são sempre contundentes e não deixam que o leitor fique impassível diante daquilo que ele afirma.
      Para ele, apesar de já nos encontrarmos na era do satélite, a educação brasileira ainda se encontra na era do "lector" medieval, quando não se conhecia o livro. Professores que se colocam diante de uma turma de alunos para recitar conteúdos que eles mesmos aprenderam nos livros.
      O professorado brasileiro não atingiu sequer a 'Galáxia de Gutemberg': utilização do livro.
      Comporta-se, ainda, como o 'lector' medieval que 'recitava' pergaminhos e papiros para alunos analfabetos.
      A biblioteca não é ainda a fonte de informação: transmite suas 'mensagens' oralmente, como faziam os povos pré-históricos, sem tradição escrita (Lima, 1975a, p. 9).

      Fundamentalmente Lauro de Oliveira Lima denuncia que novos processos didáticos, desenvolvidos a partir de descobertas científicas recentes em relação ao desenvolvimento humano, não são sequer conhecidos pela maioria dos educadores. Este é o grande problema da educação brasileira: a falta de uma didática que permita a formação adequada de indivíduos que serão capazes de planejar o futuro.
      Poderíamos entender então que existe um arcaismo inútil que caracteriza a educação brasileira e uma utopia possível e efetiva a ser construída. Sua análise tem como base as teorias epistemológicas de Jean Piaget. Pode-se dizer que sua tentativa de destruição do sistema pedagógico brasileiro atual, bem como a sua subseqüente construção, deve ter bases científicas nos experimentos de Jean Piaget (ver Jean Piaget). Desta forma, para atender ao sonho de seu ideal de educação, Lauro criou o "Método Psicogenético", estruturado a partir das descobertas científicas de Piaget.
      A dinâmica de grupo é tida como a didática básica. "O professor não ensina; ajuda ao aluno a aprender" é o princípio fundamental. O professor deve deixar de lado sua postura de "professor-informador" para assumir a postura de "professor-orientador", assim como um "técnico de futebol", que organiza o time em campo. A discussão entre todos é a didática fundamental:
      O trabalho, deixando de ser manual para ser intelectual, deixando de ser individual para ser grupal, deixando de ser linha de produção (linear) para ser uma decisão (circular), transformar-se-á em discussão (Lima, 1975a, p. 31).

      O quadro-negro (que agora é verde) é um artifício obsoleto nesta didática. Se "o professor não ensina", o indivíduo irá aprender através de atividades planejadas pelo professor como, por exemplo, pesquisas, leituras, passeios, etc., sempre orientados pelo professor. Atentando-se que estas atividades são sempre grupais para que todos possam educar a todos, construindo o conhecimento na interação entre eles.
      A idéia de ensino será substituída por uma auto-aprendizagem, cabendo ao professor criar situações (animador), em que os jovens se disponham a utilizar a informação de que está prenhe o ambiente (Lima, 1975a, p. 27).

      Segundo Lauro de Oliveira Lima "a escola tem representado, até aqui, um 'complot' contra a livre pesquisa intelectual, fornecendo fórmulas já acabadas que robotizam a solução dos problemas" (Lima, 1975a, p. 13). Não podemos saber como será o mundo de amanhã. Então o jargão de se estar formando homens para o amanhã é falso, já que não podemos prever o futuro. Cabe então à escola preparar o indivíduo para resolver situações-problemas, em qualquer momento histórico. "Educar já não é prever as necessidades sociais, mas preparar os jovens para o imprevisível" (Lima, 1975, p. 18). A tarefa do professor é estimular a superação de um nível de conhecimento para outro superior, deixando que os alunos, no processo de interação da sala de aula, construam o aumento do seu conhecimento. Um exemplo prático, citado pelo professor Lauro num curso em Belo Horizonte: as criança estavam utilizando o escorrega com perfeição, subindo pela escada e descendo pelo escorrega. O professor Lauro sugeriu que a professora estimulasse o inverso: subir pelo escorrega e descer pela escada. Com esta atitude a professora estará incentivando a criança a se superar, a sair saia daquele estágio em que se encontra para alcançar um outro nível de complexidade de desenvolvimento. Se as crianças estavam cumprindo a tarefa de subir pela escada e descer pelo escorrega com perfeição, elas estavam acomodadas naquele nível de desenvolvimento. Quando a professora sugere uma tarefa de complexidade superior ela está ajudando as crianças a assimilar um novo nível de equilíbrio, o equilíbrio majorante (ver glossário de termos piagetianos).
      Isto vale como princípio didático para qualquer disciplina. Sempre guiado pelo mandamento de que "o professor não ensina; ajuda o aluno a aprender". No exemplo acima a professora poderia "mostrar como se faz" para as crianças, o que não teria nenhum valor no esforço de conquista da nova aprendizagem a ser enfrentada pelos alunos. Portanto, a aula expositiva (conhecida no jargão pedagógico como "aula de salivação") é incompatível com o esforço para inventar que deveria estar sendo empreendido pelos alunos. Para Lauro de Oliveira Lima todo desenvolvimento requer esforço para que se possa construir estruturas ou estratégias de comportamento cada vez mais complexas.
      O professor tem por obrigação profissional estimular a criatividade do aluno para resolver situações-problemas.
      Desafiemos, em cada aula, os alunos a resolver problemas, mandemo-los pesquisar nos livros ou na natureza e podemos sentar-nos lá num canto que a aprendizagem se efetua febricitante, álacre, tal como os jovens brincam horas e horas de esconde-esconde. 'O Brasil foi descoberto por acaso?' Tomem os livros e vamos verificar isto: 'Por que na baía de Guanabara há uma ilha com nome francês (Villegagnon)?' Pesquisem em seus livros. 'Como se poderia esconder um tesouro numa ilha e encontrar depois o lugar?' Pensem sobre isto. Procurem resolver. No fim da aula, enato, o professor diria: 'Como vocês devem ter percebido, estudamos hoje o descobrimento do Brasil, etc., etc..
      Eis a aula toda pelo avesso e os alunos aprendendo a pensar e não a ouvir e decorar discursos... (Lima, 1974, p. 193).

      A aula expositiva torna-se então quase um desestímulo à criatividade ou uma ofensa contra o aluno, já que pressupõe uma incapacidade de interpretação e leitura de mundo por parte dele. O surgimento do livro condenou a aula expositiva à morte.
      O professor que faz o aluno ler, comentar, analisar, dissecar, apreciar textos de alto valor literário, não precisa preocupar-se com o ensino da gramática, que é uma atitude fria e lógica sobre um problema de natureza altamente afetiva como a linguagem literária ou coloquial (Lima, 1974, p. 104).

      Insisto que isto vale para qualquer disciplina, em qualquer nível de ensino, da pré-escola aos cursos de pós-graduação. As atividades grupais podem ser exploradas indefinidamente de uma forma alegre e descontraída, transformando o processo de aprendizagem de uma sala de aula num autêntico processo de "co+operação" (operação em conjunto de vários sujeitos). Além disso, o que se aprende com alegria aprende-se melhor, de maneira mais efetiva.
      Mesmo os meios audiovisuais, que representam, de qualquer forma, um avanço didático, devem ser usados de maneira que sirvam de ponto de partida de uma situação-problema. Apresentá-los para formar conhecimento é roubar do aluno a oportunidade de reflexão e de formação de hábitos de pesquisa. Alguns professores chegam mesmo a projetar lâminas em retroprojetores e ler (ditar) para os alunos aquilo que está sendo projetado, o que todos poderiam fazer sozinhos. Não se deve usar meios auxiliares a aprendizagem se não se sabe fazer uso deles. Utilizá-los para prender a atenção dos alunos (quando se consegue!) torna-se um artifício inócuo em termos de aprendizagem.
      Não ter noções claras sobre o que está fazendo, seria o mesmo que ser guia de uma caravana, numa região perigosa, que se desconhece: seria isto, simplesmente, irresponsabilidade (Lima, 1974, p. 169).

      O professor, para entrar numa sala de aula, deve ter claros os objetivos a alcançar e saber recorrer aos meios que o levam aos objetivos determinados. Sem esquecer que a didática fundamenta-se prioritariamente na psicologia e que o professor não pode unicamente apoiar-se no pedagógico. Resumimos então a pedagogia piagetiana (Método Psicogenético) com Os Dez Mandamentos da Escola Piagetiana:
      1 - Não ensine: provoque a atividade da criança (algo parecido com a brincadeira tradicional de "adivinhação");
      2 - Leve as crianças a discutirem entre si a situação proposta e respeite suas conclusões, mesmo que "erradas" (a solução dada pelas crianças corresponde ao seu nível mental);
      3 - Não trabalhe na base da linguagem (sendo um produto social assimilado por imitação, a linguagem nada diz sobre o verdadeiro nível de desenvolvimento da criança);
      4 - Não prestigie a memorização: o melhor resultado é o que demonstrar capacidade de inventar e descobrir (mesmo que, do ponto de vista do professor, a solução seja errada);
      5 - Comporte-se como técnico do time de futebol: estimule, sugira, critique, mas não jogue (o jogo é das crianças);
      6 - Use como "material" o que existir no mundo da criança (seja ela de uma favela ou de um bairro grã-fino);
      7 - Sempre que a criança superar um patamar, complexifique a situação (sem isto, a criança se "especializa" na solução obtida);
      8 - Na alfabetização utilize as marcas e logotipos que estão espalhados pela cidade e são utilizados no dia-a-dia da família (Não se prenda às cartilhas);
      9 - Organizar as crianças em grupos (pode até tomar como modelo inicial o escotismo), deixando que elas criem as regras de convivência (educação moral e cívica é democracia);
      10 - Leve as crianças a compreender o que fizeram ("tomada de consciência"), quer a atividade seja motora, verbal ou mental (incluindo, aí, os atritos surgidos entre as crianças) (Lima, 1984a, p. 70).

      O livro que melhor descreve sua didática é "A Escola Secundária Moderna", que chega a ser uma espécie de "manual" para orientação de educadores.

Comparações sintéticas entre as características
da escola tradicional e o Método Psicogenético.

      A partir da leitura da obra de Lauro de Oliveira Lima podemos fazer uma comparação-resumo do que representa para a didática a escola tradicional e o que propõe oMétodo Psicogenético. Talvez outros nomes ou adjetivos possam ser acrescidos, mas estes dão uma nítida noção comparativa entre uma realidade e outra. As comparações a seguir são apenas um resumo elaborado pelo autor deste trabalho, retirado da obra estudada. O livro "A Escola Secundária Moderna" contém, em apêndice, com a colaboração do professor Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes, um trabalho como este, porém mais aprofundado.

ESCOLA TRADICIONALMÉTODO PSICOGENÉTICO
Ensinoaprendizagem
Aula expositivadinâmica de grupo
Dar aulaorientar um período de aprendizagem
Aulabrincadeira
Memóriainteligência (solução de problemas)
Torturaprazer
"Caretice""cabeça-feita"
"Psicodélico" ("doidão")criativo
Frauderelaxamento
Recursos áudio-visuaistécnicas de aprendizagem
"Eu tô na minha""Eu tô na nossa"
Programaobjetivos
Disciplinainterdisciplinariedade
Linearidadecomplexificação
Professorequipe interdisciplinar
Memóriacriatividade
Repressão (proibições/
terrores irracionais)
"É proibido proibir"
Saber escolarsaber de rua
Fazercompreender
Acerto como avaliaçãoerro como avaliação
Avaliação pelo professoravaliação pelos alunos
Perspectivasnecessidades
Heteronomiaautonomia
Engajamento acríticocrítica da realidade
Equilibraçãodesequilibração
O que fazerpara que e porque fazer
Produtoprocesso
Rendimentoludicidade
Perfeitopossível
Mando/obediênciadiscussão
Autoritarismoautoridade
Imposiçãorespeito
Decisão unilateraldecisão grupal
Resposta prontadesafios
Individualgrupal
Adestramentocrescimento
Macetesconstrução
Co + açãoco + operação
Devercooperação
Chefialiderança emergencial
Prêmio e castigogrupo-análise
Professor informadorprofessor orientador
Aluno ouvintealuno pesquisador
Escola = casa do professorescola = casa da criança/estudante



      Terminaria por analisar a obra de Lauro de Oliveira Lima citando uma frase de seu filho Lauro Henrique: "VELHO, NÃO ESTÃO VENDO QUE VAI FICAR ASSIM. . . POR QUE NÃO COMEÇAM LOGO ?!!!!" (Lima, 1975a, p. 64).
      Ora, pedagogos de todo o mundo, não estamos "vendo que vai ficar assim?" Por que não começamos logo????

fonte:http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per10g.htm