domingo, 8 de junho de 2014

Mudança de conceitos

A postura do professor também muda. Se na tradicional o papel era pedir a cópia, e na renovada, abrir espaço para o desenho livre, agora é fundamental garantir que a turma aprenda sobre o desenho e também tenha espaço para escolher o que fazer. O principal ensinamento é que devemos ter uma visão mais ampla do que é arte visual, para além de telas e desenhos no papel. Fotos, outdoors, esculturas, instalações, objetos do cotidiano e histórias em quadrinho são parte da cultura visual e merecem ser trabalhados em sala. Você pode ainda levar rótulos de embalagens, chamar a atenção para a marca das roupas, dos tênis e das mochilas e montar um espaço para gibis, revistas e catálogos. Fora dos muros escolares, uma boa pedida é ver o estilo de numeração das casas.

Outra reorientação conceitual se dá na forma de apresentar os artistas. Ao falar de Alfredo Volpi, por exemplo, é mais importante ater-se à exploração da imagem, mergulhar em suas formas e cores e passar informações relevantes, como a de que ele foi um pintor de paredes. Só fazer com que a meninada reproduza suas telas cheias de bandeirinhas não acrescenta nada à aprendizagem.
Com a mão na massa
Fotos: Leo Drumond
Fátima Tosca recebe crianças em seu ateliê: a visita permitiu ver como a artista trabalha e inspirar-se em sua obra. Fotos: Leo Drumond
Na Escola Casa Via Magia, em Salvador, a professora Rita Virgínia Oliveira e Souza levou as crianças para conhecer o ateliê de uma artista plástica. Tudo começou quando os trabalhos de Isadora Ribeiro Santana, 5 anos, chamaram a atenção do grupo. A pequena adorava desenhar flores e a garotada ficava encantada com as histórias que ela contava da mãe, Fátima Tosca. Advogada que nunca exerceu a profissão, ela iniciou a carreira nas artes sem fazer nenhum curso e pinta há quase 30 anos. Um dia, enquanto buscava a filha, suja de tinta, Fátima aceitou com prazer a proposta da professora: receber a turma e mostrar sua oficina. "Durante duas horas, nem a piscina no quintal desconcentrou as crianças", lembra.

Para criar um ambiente tranqüilo e relaxado, ela deixou todos observarem os quadros e fazerem comentários com os colegas. Na seqüência, Fátima mostrou como misturar as cores e explicou brevemente suas técnicas de pintura. Depois, os pequenos tiveram a oportunidade de fazer os próprios trabalhos em tela, junto com a artista. O momento mais divertido da visita foi o Jogo dos Títulos. Fátima contou como costuma dar nome às obras e a imaginação da meninada rolou solta. "A produção de uma das crianças acabou batizada de A Árvore Torta Que Cresceu Demais." E Isadora adorou receber os colegas em casa. "Eles gostaram dos quadros da minha mãe e a gente pôde pintar também."

fonte:http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/importancia-desenho-pre-escola-educacao-infantil-desenvolvimento-541441.shtml?page=3

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